Wednesday, November 3, 2010

Sumos de Fruta = Fruta? Nããão!



Desengane-se quem bebe o seu mini sumo de fruta comercial, pensando que está a receber os benefícios da fruta natural, pois está equivocado e a gastar mais dinheiro.
A publicidade é enganosa, mas nós estamos cá para desmistificar.

Se por vezes nem tudo o que parece é, no que toca aos sumos com promessas de equivalência a fruta, essencial-mente nem tudo o que se diz ser, é. A uma marca de sumos com uma listagem de ingredientes que apresente mais que a palavra “fruta” ou a expressão “polme de fruta” não deveria ser-lhe permitido anunciar que é equivalente a fruta, pois não é. Muito menos deveria ser-lhe permitido mostrar uma fotografia de frutas unida à imagem da garrafinha, com a palavra “equivalente”, pois para o consumidor mais desatento essa mensagem pode ser enganosa. E se nessa listagem de ingredientes incluí palavras (plural) tal como “extractos de fruta”, “frutose”, “fibra alimentar”, e “antioxidante: ácido ascórbico (vitamina C)” e vitamina E”, então é porque foi preciso adicionar todos estes elementos para haver uma aproximação ao valor nutricional da fruta original. E mais não sabemos do que possa ter ficado de fora em relação à composição da fruta original. E também não sabemos ao certo se, depois dos ajustes todos, este sumo ficou nutricionalmente equivalente à fruta, pois a única equivalência que fazem é, de facto, visual e não quantitativa.


O que o ser humano precisa para uma boa saúde não são nutrientes e outros componentes alimentares soltos e separados tal como aqueles mencionados, mas do todo, integro, sem manipulação. Nada substitui a mãe natureza, pois existem muitos elementos nos alimentos que não são separáveis ou não devem, e outros ainda nem sequer identificados, e que sinergisticamente impactam positivamente a nossa saúde. Logo, se alguém lhe perguntar se já comeu fruta hoje também não seria com um composto de, por exemplo, “75% de polme de morango, 15% de extractos de fruta, polpa de banana, 4.5% frutose, fibra alimentar e antioxidantes” que a iria substituir. Mais depressa uma bebida que tivesse verdadeiros morangos e outras frutas frescas trituradas – e nada mais que fruta fresca.

Mas há outras razões para se suspeitar de promessas boas demais para serem verdade. Note-se os prazos de validade. Quando se tritura fruta fresca e se a embala sem mais aditivos, a validade será naturalmente curta – bom sinal. É como a fruta! Quando se tritura fruta fresca e se a embala sem manipulação, o seu sabor será natural, como a fruta! E se sabe bem, é porque a fruta foi mais recentemente colhida, o que lhe confere também mais valor nutricional. Para sumos com fruta colhida fora de época ou ainda “verde”, é natural que se tenha de adicionar alguma coisa para adoçicar: frutose – o açúcar da fruta. Adicionar frutose, contudo, eleva o teor calórico desnecessariamente.


Bom apetite, trincando bem a sua frutinha, que é bem mais saciante do que bebidas! E isto ajuda no controlo do seu peso... e é mais barato que sumos.

Wednesday, June 30, 2010

Gordura Vegetal Hidrogenada - Atenção nos Supermercados com Comida Pronta

Esta gordura muito maléfica e muito utilizada pela indústria alimentar aparece também em algumas comidas prontas de venda ao peso, em cadeias de Supermercados muuuuuito populares - sendo chocante duplamente visto terem nutricionistas/dietistas na sua equipa de trabalho!

Pode-se ler este ingrediente mediante a etiqueta da dose de comida que comprar, pelo que apenas podemos verificar se a comida contém essa gordura após o pedido da mesma...!!

Por exemplo, um "bacalhau com natas" deste supermercado não contém natas algumas!! Em vez tem molho béchamel e uma emulsão baseada em óleos hidrogenados (por ex. de soja). O mesmo para uma massa carbonara, que pode levar com essa gordura em vez do azeite normal/saudável!! Escandaloso!!

Por tudo isto ATENTE aos rótulos cada vez mais, de COMIDAS PRONTAS FRESCAS além das outras todas embaladas - tal como croisssants, biscoitos, congelados, batatas fritas, bolachas, etc. etc. --- as aplicações para a nefasta gordura vegetal hidrogenada, ou parcialmente hidrogenada, andem aí...!

Esta gordura aumenta o mau colesterol (LDL) e diminui o bom (HDL) - "que rico ingrediente!" Por isso, "se quer aumentar o seu risco de doenças vasculares", coma comidas com esta gordura! Dá vontade de ser-se irónico... pedimos desculpa.

PEÇA NO SEU SUPERMERCADO PARA RETIRAREM ESTE INGREDIENTE DAS NOSSAS COMIDAS PRONTAS, PELA SUA SAÚDE...!

[Nota: Eu, MM, já falei no da minha zona, e posteriormente falei com o responsável da qualidade de lá... se a conversa não surtir efeitos vou escrever no LIVRO DE RECLAMAÇÕES de cada vez que lá me for aviar! Ora bolas!!]

Boa leitura de rótulos e viva a participação de cada um para um mundo com menos porcarias!

Friday, January 15, 2010

Leite condensado light

A propósito de uma conversa à mesa durante o repasto natalício, na qual, uma cunhada (da CV) referiu "este doce posso comer à vontade porque o leite condensado é light", resolvemos esclarecer este assunto.

Um alimento é, por definição, light, se um dos seus nutrientes for reduzido em pelo menos 30%). O que acontece na prática é que, na maioria dos casos, para reduzir um nutriente (normalmente gordura ou açúcar) aumentam-se os outros para se conseguirem manter as características organolépticas (cheiro, textura, sabor... ).

O resultado é, por exemplo, chocolate light com menos açúcar (até rico em fibras), com mais gordura, ou bolachas light, com menos açúcares, mais fibra, mais gordura.

Vejamos então, em concreto o caso do leite condensado. Por uma questão de disponibilidade logística, comprámos no Pingo Doce, duas latas de leite condensado, marca Pingo Doce, uma light e outra normal.

Logo à partida, aquilo que vemos destacada em letras grandes é o conteúdo nutricional de cada uma:



Os valores nutricionais, como podemos observar, parecem-nos mais favoráveis no leite condensado light, mas sem diferenças significativas. Aquilo que é grave e que não salta logo aos olhos do consumidor é que no caso do leite condensado normal os valores apresentados são para 2 colheres de sopa (43 g) e no caso do light são para 1 colher e meia (33 g).

Se observamos os valores por 100 g, vemos facilmente que embora o leite condensado light não tenha gordura, é mais rico em açúcares (60,7 g / 100g) do que a versão "normal" (55,3 g / 100g).


Assim, se forem feitas as contas para as mesmas duas colheres de sopa, o resultado seria:

Temos apenas 18,7 Kcal de diferença.

Quando usamos 1 lata de leite condensado ()370 g para uma sobremesa que vai dar origem a 10 doses (por exemplo) a redução calórica é de 15,9 Kcal por dose, ou seja um valor insignificante.

Resta-nos o conforto de saber que no caso desta marca o custo de uma versão ou da outra é o mesmo.

Não devemos no entanto, esquecer que quando pensamos que é light temos a tendência para comer a dobrar.
Por isso cuidado com os light e afins, porque o melhor é mesmo APRENDER A COMER.